Hoje, 19 de abril, dia da resistência indígena continuamos sem motivos para comemorar.

A população indígena segue sofrendo com as antigas e novas atrocidades perpetradas pelos donos do poder na sociedade brasileira. Os versos do poeta Aldir Blanc e Maurício Tapajós em “Querelas do Brasil” lembram que pouco caminhamos e que, de fato, ‘o Brasil não conhece o Brasil’. Os povos originários continuam lutando pela demarcação de suas terras, contra a precarização que golpeia as entidades que estão na defesa de suas pautas, lutando pela preservação das florestas e rios, enquanto nós, que não nos esforçamos para sermos parte da solução, continuamos a ser parte do problema.

O avanço da pandemia, a vulnerabilidade na qual se encontram as populações indígenas sem demarcação de terras, as mesmas ameaças de sempre por grileiros, madeireiros e mineradores agora são acrescidas da ameaça de contágio em função de sua aproximação física durante a pandemia, resultando em um número alarmante de contágio e mortes por covid-19.

Não vamos “devolver o Brasil para os índios e pedir desculpas” como diz o ditado, vamos construir um Brasil onde todas e todos possam ser respeitado em suas etnias e culturas, pois, melhor do que pedir desculpas é assumir responsabilidades e agir para resolver o problema.

O SINASEFE-IFBA defende a autonomia e soberania das culturas indígenas sobre qualquer forma de neocolonialismo ou destruição.