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28 de abril: a importância de paralisar

abr 26 2017
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A Bahia e o Brasil prometem parar nesta sexta-feira (28). Grandes manifestações acontecerão em todos os cantos do nosso país contra a terceirização do trabalho, contra a destruição dos direitos trabalhistas, contra o fim da aposentadoria e contra todos os outros ataques do governo ilegítimo de Michel Temer. Em Salvador, trabalhadores(as) e estudantes se encontrarão, às 15h, no Campo Grande para um ato que ficará para a história.

“O cenário é nebuloso. Temos um Governo Federal cuja agenda é ditada pelo interesse do grande capital, corporificado nas oligarquias agrárias e nos grandes conglomerados industriais e comerciais, que rompem as barreiras nacionais e querem implantar um capitalismo selvagem, no qual os(as) mais necessitado(as) e a classe trabalhadora terão suas condições de vida ainda mais deterioradas. Motivos para paralisar nesta sexta-feira são o que não faltam, mas o foco principal é barrar as propostas de desmonte da Previdência e de direitos com a Reforma Trabalhista, além de conclamar a revogação da nefasta Lei da Terceirização, que precariza ainda mais as condições de trabalho”, contextualiza o Doutor em Sociologia, professor do IFBA Simões Filho e coordenador geral do SINASEFE-IFBA, Fabiano Brito. Na avaliação dele, o dia 28 de abril representa um grito uníssono da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e de todos(as) que vivem em opressão sob o governo ilegítimo do presidente Temer e seus coligados(as) no Legislativo e no Judiciário.

Para o doutorando em Ciências Políticas, professor do IFBA Salvador e coordenador do Sindicato, Luís Antônio Costa, a greve geral do dia 28, assim como as demais datas que o movimento social brasileiro está construindo, são as únicas reais alternativas para tentar impedir a desconstrução da Constituição Federal de 88. Ele diz que a Constituição Federal é limitada e não construiu um verdadeiro Estado de Bem Estar Social em nosso país, mas foi a primeira em nossa história que projetou na lei direitos universais garantidos para todos(as), como saúde, educação e seguridade social.

“Esses aspectos positivos foram bloqueados exatamente pela regressividade nos seus aspectos tributários, pois praticamente não tocam nos ganhos de capital e na propriedade, fazendo a maior carga tributária recair sobre o consumo, fazendo os pobres pagarem mais e os ricos quase não pagarem. Vivemos um momento de acirramento brutal da luta de classes no Brasil. As classes dominantes nascidas neste país, que de nacionalistas realmente não têm nada e que cada vez mais têm os seus negócios vinculados ao capital financeiro internacional, por conta dos desdobramentos recentes da crise de 2008, mas que guarda uma dimensão estrutural que se arrasta na longa duração desde o as últimas décadas do século passado, iniciaram o maior ataque contra os direitos conquistados pela classe trabalhadora no Brasil, algo que nem os militares na ditadura de 1964 a 1989 conseguiram”, explica Costa.

Ele ressalta que o projeto que está sendo imposto consiste em fazer a roda da história voltar a um passado parecido com a República Velha, na qual, sob o comando das oligarquias locais, não havia democracia política e social efetiva para as maiorias, não havia a CLT, Justiça do Trabalho, Previdência Pública, nem expectativa de direitos como os previstos na Constituição Federal de 1988. Neste contexto, se o(a) trabalhador(a) ficasse doente, por exemplo, o Estado não tinha nenhuma obrigação para com ele(a).

“O dia 28 significa um dia de paralisação. Não será uma greve geral que preveja, de início, se prolongar por vários dias. Mas a realidade é dinâmica, a depender da mobilização real e, principalmente, de como se der a repressão, poderemos ver mais gente disposta a parar e a lutar, como aconteceu no início das mobilizações de 2013, um dos fatores fundamentais para a multiplicação das manifestações foi a brutal repressão sofrida pelo Movimento Passe Livre. Quase todas as grandes centrais sindicais estão unificadas na sua preparação, o que, somado à profunda rejeição associada ao governo ilegítimo de Temer, nos deixa a expectativa de que esta deverá ser a maior greve geral no Brasil desde a década de 1980!”, estima Costa.

Trajetória das manifestações

O coordenador geral do SINASEFE-IFBA lembra que a CSP Conlutas (central à qual o SINASEFE Nacional é filiado), desde os governos do Partido dos Trabalhadores, já tecia críticas e mobilizações contra ações relacionadas à perda de direitos da classe trabalhadora. “Reconheceu que houve um golpe institucional para mudança de presidente e que o governo ilegítimo de Temer trabalha para beneficiar as oligarquias capitalistas internas e o capital internacional, além de ter simpatia pelas privatizações. Foi a CSP Conlutas que chamou à unidade da classe trabalhadora em uma greve geral para barrar as reformas retrógradas de Temer. As outras centrais foram obrigadas a se posicionarem devido às pressões de suas bases, uma vez que, no governo anterior, era comum haver centrais sindicais vinculadas a estruturas de governo. A estratégia utilizada pela CSP Conlutas conseguiu articular e possibilitar o dia 28 de abril como de Greve Geral”, acrescenta Brito.

Participação do SINASEFE-IFBA

O SINASEFE-IFBA vem acompanhando as movimentações da CSP Conlutas desde o início de 2015. Dessa maneira, vem construindo e integrando a agenda dessa Central desde esse período. As ações estão também vinculadas às deliberações do SINASEFE Nacional, particularmente nas atividades fora da Bahia. Na Bahia, a o SINASEFE-IFBA realizou paralisações; passeatas; produção, reprodução e distribuição de conteúdo crítico às intervenções danosas aos trabalhadores e trabalhadoras; cursos de formação tratando dos temas sensíveis à categoria; assembleias; etc. “A participação do SINASEFE-IFBA deverá seguir essa trajetória histórica, alinhando nossas práticas e lutas contra as infames propostas de desmonte de direitos, junto às ações da CSP Conlutas e do SINASEFE Nacional, pois o inimigo é grande e precisamos nos irmanar na luta de agora. O grande lema é ‘paz entre nós e guerra aos senhores”, finaliza o coordenador geral.

Por tudo isso, o SINASEFE-IFBA convoca todos(as) os(as) filiados(as) e toda a comunidade IFBA que estiver presente em Salvador a participar do ato do dia 28 de abril, às 15h, no Campo Grande!

Há resistência, há luta, venceremos!
Nenhum direito a menos!
Greve Geral!

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