

Aposentados(as) em ação
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Os(as) servidores(as) que ajudaram a construir o IFBA e o Colégio Militar de Salvador voltaram a se reunir, nesta quarta-feira (13), para o Encontro de Convivência com os(as) Aposentados(as) e Pensionistas das duas instituições. Promovido pelo SINASEFE-IFBA, o evento aconteceu no auditório do SINDPREV-BA e contou com debates sobre conjuntura política, saúde do(a) idoso(a), Reforma da Previdência, história do ensino profissional no Brasil e direitos da pessoa idosa, além de disponibilizar uma profissional de saúde para aferição de pressão e glicemia.
O encontro foi aberto pelo coordenador geral do SINASEFE-IFBA, Fabiano Brito, que considerou a iniciativa muito importante, particularmente no momento em que há uma investida, por parte do Estado, em retirar direitos duramente conquistados e implicar tenebrosas perspectivas aos/às atuais trabalhadores(as), que podem não se aposentar.
Para as ex-colegas TAEs Carmelita Osório e Solange Rios, que se aposentaram há mais de sete anos, o encontro foi maravilhoso, pois proporcionou o reencontro com antigos(as) companheiros(as) de trabalho e amigos(as) e ainda ofereceu orientações com profissionais de saúde e do Direito. A ex-professora de Matemática e Inglês do IFBA Salvador, Vera Passos, também elogiou a iniciativa e sugeriu que ela fosse permanente, com encontros mensais, e que contasse com um número cada vez maior de participantes. A aposentada também indicou a possibilidade do Sindicato investir na promoção de atividades de entretenimento para esse público e na contratação de profissionais de Medicina e de Psicologia para o atendimento on line e presencial dos(as) sindicalizados(as).
A coordenadora de Aposentadoria e Seguridade Social do SINASEFE-IFBA, Rosa Mota, comemorou o sucesso do evento, agradeceu as participações dos(as) convidados(as), que ajudaram a enriquecer os debates, e se comprometeu a realizar, até o final do ano, outro evento de interação com os(as) aposentados(as) e pensionistas.
Conjuntura política
O professor de Física do Campus Salvador e diretor do SINASEFE Nacional, Ronaldo Naziazeno, contextualizou a crise social e econômica a qual o Brasil está mergulhada e apontou a necessidade da resistência da classe trabalhadora como resposta aos ataques do Governo Temer.
“O impeachment da presidente Dilma foi um golpe, justificado pela sanha da direita em conquistar o poder, mas isso só foi possível porque o Governo do PT perdeu base social por conta dos ataques a categorias como marisqueiras e aposentados(as), por exemplo. A classe trabalhadora nutria insatisfações em relação ao que essa gestão estava fazendo. A direita aproveitou e Temer assumiu o poder e foi aí que a crise social foi agravada, com esse governo que é ilegítimo, golpista e impopular. Outro problema grave do Brasil é que temos um Congresso corrupto, pouco representativo, tocando reformas que nos atacam diretamente. Mas a classe trabalhadora já mostrou que tem disposição para enfrentar esses graves ataques, temos as pessoas para fazer a resistência, o que tem nos faltado é direção política. Não temos agora um programa que unifique as diversas organizações de trabalhadores(as)”, analisa Naziazeno. Para ele, o caminho é unificar a classe trabalhadora para o enfrentamento e voltar às ruas, inclusive com a participação dos(as) aposentados(as).
Saúde do(a) idoso(a)
O médico aposentado Alfredo Brito destacou os cuidados que os(as) idosos(as) precisam ter com quedas, infecções urinárias, gripes, diarreias e outras doenças mais simples, mas que podem causar grandes males para as pessoas com idades mais avançadas. Ele lembrou que a diabetes e a hipertensão são grandes vilões da saúde e desencadeiam uma infinidade de outras enfermidades, por isso, é preciso reduzir ao máximo, e até cortar se for o caso, a ingestão de sal e de carboidratos, como pães, arroz, macarrão, entre outros.
O médico também avisou que é importante respeitar o organismo e o relógio da alimentação, ou seja, se alimentar corretamente em cada horário. Por exemplo, jamais comer uma feijoada ou outras comidas pesadas à noite. É preciso ter disciplina e cuidado com o que se come e se bebe.
Outro alerta foi a necessidade de avaliar a quantidade de remédios ingeridos pelos(as) idosos, pois o excesso também adoece. Na avaliação dele, para reduzir o número de medicamentos diários, basta se disciplinar, comer de maneira correta, controlar a dieta e ter uma vida mais ativa.
Resgate histórico
A professora de Física do Campus Salvador, Luzia Mota, apresentou a história da educação profissional no Brasil, que começou com o decreto, em 1909, do presidente Nilo Peçanha, que instituía as escolas de aprendizes e artífices. Com um caráter assistencialista, essas instituições tinham como públicos-alvo escravos, homens livres e pobres e imigrantes.
A docente destacou a dualidade estrutural da Educação, que permanece até hoje, com escolas para os(as) filhos(as) daqueles(as) que irão mandar e escolas para os(as) que irão obedecer, com conteúdos e abordagens diferentes, formando acadêmicos e profissionais, respectivamente. Ela também abordou a história de transformação do ETFBa em CEFET e a mudança para o IFBA.
Reforma da Previdência
O advogado e presidente da Associação dos Pensionistas e Aposentados da Previdência Social da Bahia (ASAPREV), Marcos Barroso, alertou que a Reforma da Previdência foi elaborada sem ouvir a população e que o objetivo do Governo é colocar na conta do povo um problema que ele criou. “Falta de consulta à sociedade de um modo geral. Deve-se fazer ajustes, mas não essa reforma do jeito que está. Essa não vai melhorar, vai ser pra corrigir erros que eles cometeram ao longo dos anos. É mentira dizer que a Previdência está falida ou deficitária. Ao contrário, somos superavitários. É preciso abrir um debate amplo com a sociedade, com representantes de diversos segmentos, para acharmos a melhor forma para a questão da Previdência. Também é fundamental uma fiscalização maior, transformar a cultura de que tudo podem aqueles que estão no poder. O mais importante agora é a reforma política, pois ela vai determinar todos os outros pontos, vai determinar todo o nosso futuro”, pondera Barroso.
Na avaliação do advogado, os políticos estão se eternizando no poder e a carreira política se tornou uma carreira profissional, o que não deveria. Para ele, a contribuição dessas pessoas deveria ser por um curto tempo, por vocação, por desejo de ajudar a sociedade, e não por conta do interesse econômico. No entanto, o que os políticos querem é ter a sociedade a seu serviço. Para combater isso, ele diz que o amadurecimento político e o uso correto do voto são os caminhos.
Outro aviso dado por Barroso é que os(as) trabalhadores(as) precisam se atentar para a vida previdenciária assim que entram no mercado de trabalho. Segundo ele, a maioria só começa a se pensar nisso e a juntar dinheiro para essa questão depois da metade da vida profissional, quando está próxima de se aposentar ou quando tem alguma necessidade.