
Bruno Menezes, presente!
Camarada Bruno, “que tipo de sociedade é esta, em que se encontra a mais profunda solidão no seio de tantos milhões; em que se pode ser tomado por um desejo implacável de matar a si mesmo, sem que ninguém possa prevê-lo?” (Marx)
Soou a sirene, de volta ao trabalho. Todos voltaram, menos o Bruno. Aproximadamente duas horas antes de retomar as atividades no campus Videira/SC ele decidiu não voltar. Antes de se jogar do prédio, disse a sua esposa: “não aguento mais”. A esposa grávida e mais um filho pequeno ainda tentaram impedir. Em vão. A decisão já tinha sido tomado com a coragem de sempre que o Bruno tinha. No dia de voltar ao trabalho, se suicidou. O trabalho não dignifica, ao contrário, danifica. Aliás, suicídio é uma palavra que essa sociedade burguesa criou para nos culpar inclusive pela morte que ela provoca. Não é suicídio quando alguém é levado ao desespero de tirar sua própria vida. O nome disso é homicídio. Nós acusamos nossa sociabilidade doentia, a propriedade privada de nos privar de tudo, e principalmente um contexto de ataques tão insuportável que leva um professor a tirar a vida por não conseguir voltar ao trabalho. Os índices elevados de suicídio expressam o “sintoma de uma sociedade doente, que necessita de uma transformação radical”.
Camarada Bruno, presente!
Direção do SINASEFE – Videira, Luzerna, Fraiburgo e Abelardo Luz