O período que se aproxima, compreendido entre este ano e o de 2018, se caracteriza por exprimir o fechamento de diversos círculos, o que indica o início de novas formas de sociabilidade, inclusive a nossa. Sabemos que a conjuntura não se apresenta bem para a classe trabalhadora e, em especial, para os(as) servidores(as) do IFBA. No alto, temos o governo ilegítimo de Temer e, em nossa realidade local, Renato da Anunciação e o “intocável” Comando Militar. O governo de Temer, e de todos(as) os(as) corruptos(as) que o legitimam, assume a função de testa de ferro dos interesses do capital e quer impor uma série de retrocessos em direitos, a exemplo da aprovação da lei da terceirização e das propostas insidiosas de Reformas da Previdência e Trabalhista.
Enquanto dirigentes sindicais, temos grande responsabilidade na condução da luta e resistência em nosso espaço de ação, o IFBA e o magistério federal (não esqueçamos o Colégio Militar). Nosso Instituto passa por um sequestro da normalidade democrática, nos sentimos em uma espécie moderna de ditadura, com uma gestão que nos força ao desespero, à confusão, pois não dialoga e age de maneira indiferente aos problemas por ela causados. As especificidades do Colégio Militar, por si só, são outra realidade que precisamos nos apropriar para melhor desenvolver o trabalho juntos aos/às colegas TAE e docentes EBTT que ali trabalham.
Precisamos mostrar a que viemos. Mais que em palavras, são ações que nos legitimam diante da categoria. Nos propomos a organizar e a dirigir o sindicato, da mesma forma que exigimos que a Reitoria seja dirigida: com democracia e sem patrimonialismo. Uma gestão eleita precisa representar os interesses da comunidade, trabalhar com e para ela.
A tarefa não é fácil, mas não estamos sozinhos(as). Os(as) servidores(as) do instituto já nos deram grandes demonstrações de que compartilham nossos anseios, que abraçam e se identificam com as nossas causas, que, como nós, não estão dispostos(as) a suportar os desmandos e devaneios de Renato e do Governo Temer. Nossa importante tarefa será “linkar” esses anseios e construir um campo político que condicione o individual ao coletivo, não de cima para baixo, mas de maneira dialética e democrática. Nossa inspiração são os princípios que nos aproximam: um sindicalismo classista, feminista, antirracista, antimachista e antiLGBTfóbico, o que implica em um modelo de educação inclusiva e que respeite as diversidades.
Disponibilizei o meu nome como candidato a coordenador geral do SINASEFE-IFBA por considerar as urgências de nossos trabalhos e porque possuo os requisitos para assumir a função. Tenho ciência que assumir essa tarefa é um exercício árduo e importante para todo(a) lutador(a) que se afasta do modelo de sindicalismo burocrático e que, dessa maneira, considera fundamental o rodízio nessa função. É proposta, desde já, que, no aniversário de ano de gestão, reavaliemos sobre a possibilidade de mudança nessa coordenação.
A maioria já me conhece, outros colegas ainda não. Sou Fabiano Brito dos Santos, docente EBTT no Campus Simões Filho. Atuo como professor do instituto desde 2012. Sou graduado e tenho mestrado em Ciências Sociais e Doutorado em Sociologia. Antes daqui, comecei minhas atividades políticas através do Movimento Estudantil na década de 90, participando do Grêmio do Central. Na Universidade, fui membro do DA de Ciências Sociais e do DCE da UFBA. Durante 12 anos, trabalhei na rede estadual de educação, na oposição à APLB e sendo representante de Zonal Sindical. Em um primeiro momento, atuei politicamente junto ao Partido dos Trabalhadores (PT). Como consequência da discordância dos rumos que o PT vinha tomando, naquele momento marcado pela Reforma da Previdência do Governo Lula, fui contra (no passado e hoje) e saí do partido.
Espero contribuir para o fortalecimento de nossos laços, para enfrentar a realidade dura que nos é apresentada, tendo sempre em mente que o nosso trabalho é defender, primordialmente, as lutas e as causas trabalhistas no serviço público, e em particular do IFBA. Nosso anseio também é que as organizações políticas, sejam elas partidárias ou sociais, possam nos auxiliar nessa tarefa, sem nunca determinar as nossas ações.
Salvador, 12 de abril de 2017
Fabiano Brito dos Santos Coordenador geral do SINASEFE-IFBA
