

Curso de formação política atrai dezenas de participantes
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O IFBA Barreiras foi espaço de reflexão e debate ontem (7), durante o curso de formação política “Educação e Sociedade”, promovido pelo SINASEFE-IFBA e ministrado pelo professor de Sociologia do Instituto Federal Catarinense e monitor do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio, Ricardo Velho. A atividade, que também foi realizada no dia anterior em Salvador, durou oito horas e foi aberta a toda a sociedade.
Segundo Ricardo Velho, o objetivo do curso foi trazer para categoria e para as outras organizações que fizeram parte do evento (movimentos sociais, outros sindicatos, oposições sindicais, estudantes, etc.) um profundo debate sobre Educação e Sociedade, Educação e Sindicalismo. “Qual o papel do sindicato no atual momento de crise social, crise política e uma iminência de uma crise econômica de graves proporções para o mundo e, mais especificamente para o Brasil? Debatemos como a escola e os processos de socialização mais amplos, como os movimentos paredistas e de protesto (a exemplo da ocupação das escolas por estudantes no Rio Grande do Sul, parte do Paraná, e iniciada em São Paulo no final do ano passado) contribuem para uma forma de enfrentamento ao atual momento de conservadorismo na sociedade brasileira, onda conservadora de tradicionalismo, de fascismo aberto em várias cidades e movimentos”, explica Velho.
Para o professor de História do Campus Barreiras Diego Carvalho, o curso foi muito positivo, pois problematiza questões sem apontar os caminhos definitivos de como as coisas devem ser feitas. “O legal é quando a gente é provocado a pensar e quando essa provocação é bem coletiva, quando é permitido que a gente a pense, erre e acerte junto, assuma os erros, assimile os nossos defeitos como defeitos que podem ser superados e saiba que há outros que podem não ser superados, mas que podemos lidar. Então, o curso permite uma série de possibilidades que são novas no movimento sindical”, analisa Carvalho.
Ele diz que, pela experiência sindical brasileira, tudo é muito burocratizado e as pessoas tendem a ser muito frias. “Quando criamos experiências coletivas, nós abrimos mão, nem que seja um pouco, da burocracia para pensar, refletir. Além disso, a partir de experiências singulares de cada lugar, de cada campus, principalmente quando uma iniciativa como esta vem paro interior, para um campus mais distante, onde fica muito difícil participar de ações na capital, seja por causa de tempo, da distância ou questão financeira, a experiência fica ainda mais rica. O curso foi uma iniciativa belíssima, pois o campus da gente experimenta e o sindicato se aproxima da gente, se aproxima a partir de um outro lugar, que não é de determinações. Paramos um dia inteiro e pensamos o mundo juntos, sem caminhos pré-definidos. Isso é maravilhoso! Pra mim, toda revolução começou no interior, nenhuma começou na capital”, avalia o professor.
Na opinião do palestrante Ricardo Velho, os dois dias de evento (em Salvador e em Barreiras) fizeram um bem enorme para o SINASEFE-IFBA, pois o(a)s participantes pararam um dia inteiro para estudar e, somente depois, partiram para elaborar as suas linhas de intervenção. “Então, o Conselho de Representantes de Campi, que se reúne na sequência do curso, vai poder refletir, à luz de uma compreensão de conjuntura, o papel da Educação, o papel da escola e suas formas de intervenção. E essa intervenção tem uma maior capacidade de ser efetiva, de ter mais qualidade, na medida em que é reflexiva, não é simplesmente reativa à conjuntura. A gente para, pensa, avalia, diverge, debate, apresenta propostas e vai para ação, que é isso que a categoria está precisando”, ressalta Velho.
Ele ainda destaca que o SINASEFE-IFBA está sendo um exemplo para várias outras sessões do país e para a Direção Nacional de que, em momentos de grave crise, é preciso parar para refletir sobre as nossas ações. “Não adianta fazer grandes eventos se estas atividades não estiverem densamente povoadas da participação da categoria. Ou seja, a presença na base, em seções sindicais mais isoladas, como é o caso de Barreiras, e reunir na capital gente de todos os campi da base do instituto para debater Educação faz com que o exemplo da Seção Sindical possa ser levado para outros locais do país, não só para o SINASEFE, mas para outros movimentos também”, conclui.