
Estudantes do Campus Valença dão exemplo de resistência
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Seguindo a nossa série de matérias sobre as ocupações nos campi do Instituto Federal da Bahia (IFBA), o segundo campus a participar é reconhecido por sua capacidade de resistência e de mobilização. O IFBA Valença está sempre à frente quando o assunto é reunir forças e combater a falta de democracia no Instituto e no governo brasileiro e defender a Educação pública de qualidade. Com o(a)s estudantes não seria diferente.
SINASEFE-IFBA – Quando começou a ocupação no Campus Valença?
Estudantes do Campus Valença – A ocupação do Campus Valença foi votada no dia 14/10/2016 e efetivada em 17/10/2016
S.I – Como ela foi realizada? Como tem sido a participação do(a)s estudantes?
E.C.V – Depois de um aviso destinado aos departamentos do campus sobre a votação pela ocupação, os estudantes iniciaram o processo de separação de comissões para melhor organização da mesma, de forma que separaram trabalhos entre si e fizeram funcionar as atividades ocupacionais. Inicialmente, houve um tensionamento com a gestão local por conta do acesso aos espaços físicos do prédio, entretanto tudo foi se ajeitando conforme as deliberações do coletivo estudantil.
S.I – Qual o objetivo da ocupação?
E.C.V – O objetivo da ocupação é coletivizar o protagonismo político dentro da conjuntura atual e estabelecer interpessoalidades necessárias dentro do processo democrático que o país demanda nesse contexto. Somos contra PEC 55/2016 (antiga 241/2016), pois entendemos que esse projeto é um claro atentando ao serviço público brasileiro, como também estamos nos manifestando contra a MP 746/2016, projeto que transformará, de maneira destrutiva e unilateral, a educação pública. No mais, buscamos um IFBA melhor e mais democrático.
S.I – Qual a importância da participação do Campus Valença nas ocupações?
E.C.V – Solidariamente, nós nos posicionamos em rede com todo o IFBA, que se mostra mobilizado contra o pacote de maldades do governo ilegítimo, e também com todas as instituições educacionais, secundaristas ou não, que tenham o mesmo objetivo.
S.I – Quais atividades estão acontecendo desde que o Campus foi ocupado?
E.C.V – Atividades extracurriculares: oficinas educativas, aulas para vestibulares, mutirões de limpeza e cuidado ao patrimônio público, rodas de conversa sobre variados temas, assembleias deliberativas estudantis, assembleias conjuntas com o movimento de servidores, reuniões em geral para manutenção do processo, participação em comissão de orçamento do IFBA Valença, ida às rádios, atividades e oficinas conjuntas com outras escolas, escrita de carta aberta à comunidade, reunião com pais, etc.
S.I – O que é permitido e o que é proibido durante a ocupação?
E.C.V – É permitido se educar politicamente. As atividades curriculares normais estão paralisadas, todavia setores como DOF e Gecom continuam exercendo suas funções ordinárias por conta da própria natureza e necessidades das mesmas. Reuniões entre os setores podem ocorrer se forem solicitadas previamente ao coletivo estudantil e se o mesmo deliberar favoravelmente ao acontecimento. O uso de quaisquer drogas, lícitas ou ilícitas, não é permitido na instituição no período de ocupação.
S.I – Vocês estão recebendo doações, estão precisando de algo?
E.C.V – A comunidade em geral, interna e externa, destina recursos para a ocupação, via conta bancária de algum ocupante selecionado para essa função ou pessoalmente, entregando no campus os mantimentos.
S.I – O IFBA se pronunciou em relação à ocupação de vocês? Se não, o que vocês esperam do Instituto nesse momento?
E.C.V – O IFBA se pronunciou, mas de uma forma pouco clara. Esperamos um diálogo efetivo com a gestão.
Imagem: Reprodução