DENÚNCIA

Gestão do IFBA persegue ex-diretora do Campus Santo Amaro

ago 26 2016
(0) Comentários

Há 30 anos, a professora Marlene Socorro busca despertar em seus/suas aluno(a)s a paixão pela Física, uma das disciplinas mais complexas da área de Educação. Sempre que possível, a fim de torná-la cada vez mais atraente, a docente relacionava os fenômenos físicos ao cotidiano e usava a realidade como gancho para a experimentação. Graças à sua dedicação e à sua disponibilidade para tirar as dúvidas do(a)s estudantes, Marlene traçou uma trajetória respeitável em suas três décadas de Instituto Federal da Bahia (IFBA).

Diante da sua contribuição para o ensino no Instituto, a professora recebeu como “presente” um processo administrativo por conta de uma suposta irregularidade na instalação do consultório odontológico do Campus Santo Amaro. Ela foi diretora geral da unidade entre 2007 e 2010, quando o processo de implantação da instituição ainda estava ocorrendo.

“Eu saí em 2010, mas deixei tudo encaminhado para a instalação do consultório odontológico. Infelizmente, ele não foi instalado e, praticamente cinco anos após a minha saída e tendo passado ainda pela Direção Geral dois diretores, eu fui indiciada em um PAD, instalado pela Reitoria. Depois de mais de um ano de apuração, a comissão do PAD recomendou o arquivamento do processo, pois avaliou que todas as provas encaminhadas por mim demonstraram o meu empenho em instalar o consultório, mesmo diante de toda a falta de infraestrutura do Campus na época (não tinha internet e telefone, e havia sérios problemas com a rede elétrica)”, conta a ex-diretora geral.

Ela lembra que o atual reitor, Renato Anunciação, era diretor de planejamento do IFBA e uma das pessoas responsáveis pela implantação dos campi. “Não tínhamos autonomia financeira e administrativa para resolver esse tipo de questão. Mesmo sabendo de tudo isso, o reitor resolveu não acatar a decisão da comissão, que ele mesmo nomeou, e decidiu me punir com a minha suspensão por 30 dias. Vejo que recebo o tratamento diferenciado em relação a outros diretores, pois não estou alinhada com essa gestão. Por isso, acabo sofrendo perseguição”, denuncia Marlene, que teve que garantir, através de liminar, o seu afastamento para finalizar o doutorado, já que recebeu a negativa da Reitoria.

A docente destaca que as denúncias graves e que realmente merecem apuração não recebem a devida atenção. Ela cita, por exemplo, o caso do piso tátil e dos elevadores do Campus Salvador, que foram comprados e não foram instalados por anos, o que danificou a estrutura e a qualidade dos materiais. Outra situação apontada foi o desvio de códigos de vagas para beneficiar o(a)s aliado(a)s da gestão. “Todos estes pontos foram denunciados pelo próprio SINASEFE-IFBA e chegaram à Justiça através de denúncias de servidore(a)s do Instituto. Ciente disso, a gestão nada fez, não se deu ao trabalho de apurar. Ela só apura quando envolve o(a)s seus/suas opositore(a)s”, acusa a professora.

Segundo o coordenador de Assuntos Jurídicos do SINASEFE-IFBA, Georges Rocha, Marlene é uma das muitas pessoas perseguidas pela gestão do IFBA e, por não temer o atual reitor, constitui-se em uma das principais vítimas do autoritarismo deste gestor. “Nunca foram abertos tantos PADs na instituição como na atual gestão de Renato Anunciação Filho. Há um mesmo servidor respondendo, simultaneamente, a dois processos. Mas, apesar desta sanha repressiva, existem várias denúncias graves feitas pela Direção do Sindicato, junto à administração, que não prosperam, a exemplo do caso do diretor geral do Campus Jequié, Antônio Moab, que impediu o acesso de servidore(a)s e sindicalistas naquela unidade durante a greve de 2015. Exigimos serenidade, equilíbrio, transparência e, sobretudo, justiça!”, conclama o coordenado

Deixe seu comentário

FORTALEÇA A LUTA DA CATEGORIA

Filie-se e conheça as nossas vantagens