A situação da violência no Rio de Janeiro chegou a um nível alarmante. Na noite de ontem (14), a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista foram brutalmente assassinados. Marielle, mulher, negra, nascida na favela da Maré, era uma militante extremamente combativa e, ao que tudo indica, perdeu a vida porque estava denunciando agressões e assassinatos cometidos por policiais militares do 41º BPM (Irajá) na Favela de Acari. Na acusação, ela chegou a mencionar que, com a intervenção militar, a situação ficou ainda pior para os(as) moradores(as) das favelas. A vereadora, a quinta mais votada do Rio de Janeiro, foi executada com quatro tiros na cabeça.
Uma dia antes de ser morta, ela denunciou, no Twitter, da violência no Rio de Janeiro: “Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”. O fato de se sentirem livres para executarem a quinta vereadora mais votada do Rio causa ainda maior espanto. Se fizeram isso com ela, imagina o que fazem com quem entra na luta pela paz, mas não tem visibilidade? Marielle, ativista dos direitos humanos, foi mais uma guerreira abatida nessa disputa entre a direita e a esquerda, entre os(as) bandidos(as) e os(as) bandidos(as) de farda, entre os(as) pobres e o poder público. As balas que a atingiram chegaram também nos corações de toda a militância de esquerda e de qualquer pessoa que se atreva a entrar na luta.
Agora, a indignação e a revolta tomaram conta dos(as) que conhecem e dos(as) que passaram a conhecer, após essa tragédia, o trabalho e a trajetória de Marielle. Além de deixar milhares de admiradores(as) e amigos(as), ela também deixou uma filha. Mais um lar desfeito, mais tristeza nos corações e mais sangue inocente nas mãos de assassinos frios e cruéis.
O momento é de fortalecer a militância. O clima de pavor não pode arrefecer a luta. Por isso, o SINASEFE-IFBA estará, junto a milhares de pessoas e entidades, na manifestação de hoje (15) no Fórum Social Mundial, em Salvador. O ato, em memória de Marielle, acontece a partir das 10h, na Tenda Sem Medo, em Ondina.
