
Reforma do Ensino Médio não resolve problemas de evasão e repetência
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Diante de tantas críticas à reforma curricular no IFBA, o professor do Campus Salvador e coordenador do SINASEFE-IFBA, Rogério Ferreira, ressalta que é preciso lembrar, em primeiro lugar, que a Reforma do Ensino Médio já vinha sendo ensaiada desde o Governo Dilma e que o Instituto buscou antecipar-se a esta reformulação, tentando impor aos campi o curso em três anos, inclusive reduzindo a carga horária. Ele conta que, na verdade, a grande resistência que aconteceu nos campi impediu que essa reforma fosse implantada, com exceção do Campus Barreiras, que acabou sendo pioneiro na execução desse processo.
“O que o Instituto está querendo fazer é impor, na marra, uma reforma curricular que já ensaiava antes da própria Reforma do Ensino Médio, que já é muito ruim. É óbvio que essa alteração não responde às questões centrais da escola, especialmente as da evasão e da repetência, muito menos dialoga com a comunidade, já que esta gestão continua com a postura bastante autoritária. Ainda por cima, não há nenhum estudo concreto que discuta o impacto dessa reforma no cotidiano da instituição. Isto é, é uma reformulação pensada sob o ponto de vista da burocracia, da gestão dos recursos humanos, da gestão dos recursos físicos, mas que não leva em conta os impactos negativos que podem, inclusive, piorar estas gestões”, alerta Ferreira.
Para ele, nada garante que a implantação dessa reforma irá resolver os dois problemas fundamentais da escola, que são a evasão e a repetência. “Eles ocorrem não pela escola ser em quatro anos, mas, sim, no primeiro ano e, em certa medida, no segundo ano, que correspondem aos momentos mais iniciais dos(as) estudantes(as) na escola, quando têm mais dificuldade de adaptação e, portanto, sofrem o impacto de uma falta de base anterior quando ingressam no instituto”, analisa o coordenador.
IFBA Salvador
No Campus Salvador, foi escolhida uma comissão, que está discutindo o impacto da Reforma do Ensino Médio no IFBA, na própria unidade. O grupo ainda não tomou medidas conclusivas. O primeiro momento foi de análise da legislação e o segundo será para discutir como o Instituto enfrentará esta reformulação. “É bom lembrar que a Reforma do Ensino Médio mexe muito pouco na estrutura das escolas técnicas, inclusive, se nós quisermos manter basicamente o que nós temos hoje, é possível, basta analisar a própria legislação da reforma”, adianta Ferreira.
Imagem: Reprodução