Nota de apoio às professoras das escolas Thales de Azevedo e Vitória Régia
Confrontaremos de forma incansável o racismo estrutural brasileiro.
Iniciamos esse texto direto, combativo e escurecendo os fatos para que não haja dúvidas sobre de que lado estamos na história desse país. O racismo não faz questão de disfarçar sua picardia nem no Novembro Negro, mês dedicado a reflexão sobre os impactos causados pelo holocausto da escravidão e que perduram até os dias de hoje. Há um ano, neste mesmo dia 19 de novembro, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido em uma unidade do supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre (RS).
Nas últimas semanas em Salvador, a cidade mais negra do Brasil, vivemos o caso de duas estudantes dos colégios Portinari e Sartre COC que foram vítimas de uma série de insultos racistas por meio de mensagens enviadas em grupos do Whatsapp. Ontem (18), o jornal Metrópole divulgou a história de uma professora negra que, ao apresentar aos alunos a coletânea de contos ‘Olhos D’água’, da premiada escritora mineira Conceição Evaristo, acabou hostilizada pelos alunos e afastada da turma por decisão da direção do Colégio Vitória Régia, no bairro do Cabula, em Salvador.
Na capital baiana, um outro caso muito parecido também aconteceu no Colégio Estadual Thales de Azevedo. A professora foi convocada a uma delegacia para explicar conteúdos “feministas” que estava apresentando em sala de aula. A intimação da professora viola a liberdade de cátedra e as disposições legais da educação. É mais uma ação que visa silenciar as vozes de quem, de fato, atua por uma educação pública, de qualidade, laica e plural.
Nós do SINASEFE-IFBA, um sindicato classista, somos solidários e solidárias com as professoras e estudantes violentadas. Repudiamos toda e qualquer forma de opressão. Racistas não passarão!