engenheiro morto

PM é indiciado por matar professor do Ifba a tiros; quatro PMs atiraram

set 20 2016
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Dos oito policiais militares investigados pela morte do engenheiro eletrônico e professor da rede federal Moacyr Trés da Costa Trindade, 61 anos, durante uma perseguição na Avenida Paralela, na manhã do dia 18 de junho, apenas um PM foi indiciado pelo crime. O soldado Danilo Esteves Soares Ramos, lotado na Operação Gêmeos, responderá por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

De acordo com relatório da Corregedoria da PM, referente ao Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o caso, os projéteis extraídos do corpo do engenheiro e que o mataram saíram de uma submetralhadora automática da PM que no dia estava em posse do soldado.

Segundo a assessoria da PM, o inquérito foi concluído e, “após análise do Núcleo de Avaliação de Inquéritos (NAI), será remetido ao Ministério Público até o final desta semana”. Ainda conforme a assessoria da corporação, os demais policiais responderão por infrações administrativas. Todos eles, inclusive Danilo, cumprem atualmente expediente administrativo.

Segundo a investigação feita pela Corregedoria da PM, Moacyr seguia em seu carro, modelo Ford Ka, e começou a ser perseguido por policiais desde Lauro de Freitas. Ele acabou atingido por balas em uma abordagem da Operação Gêmeos, especializada no combate a assaltos a ônibus. Professor da rede federal desde a década de 1980, Moacyr dava aulas no Instituto Federal da Bahia (Ifba), no Barbalho, e era ex-presidente da seção Bahia do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

Perfurações
Ainda conforme o relatório da Corregedoria da PM, que o CORREIO teve acesso com exclusividade, o laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica (DPT) que consta no relatório aponta três entradas de projéteis no corpo do professor: uma na região lateral direita do abdômen, uma na região lateral direita do quadril e outra na região genital.

No relatório da Corregedoria consta que dos oito PMs que participaram da perseguição, quatro atiraram contra o Ford Ka: o tenente Fabrício Carlos Santiago dos Santos e os soldados Marcelo Araújo Melo, Diego de Almeida Pinheiro, além de Danilo, autor dos dois disparos que mataram o professor. Os tiros considerados fatais saíram do cano da submetralhadora automática de marca Taurus-Famae, modelo MT 40, calibre ponto 40, usada pelo soldado Danilo.

Os peritos concluíram que o veículo foi atingido por, pelo menos, sete projéteis, “expondo a perigo a vida os seus ocupantes, assim como eventuais transeuntes que estivessem nas proximidades”, cita um trecho do documento. O relatório foi finalizado no último dia 18 de agosto pelo capitão Fernando Brandão Cruz, da Corregedoria da PM, e não aponta o autor do terceiro disparo que atingiu a vítima.

Texto e imagem: Reprodução – Correio*

 

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