Servidores discutem uma possível volta à greve
Servidores de diversos campi do IFBA se reuniram, nesta segunda-feira (10), na Reitoria do Instituto, em Salvador, para discutir o pós-greve, tirar dúvidas com a Assessoria Jurídica do SINASEFE-IFBA e decidir os rumos do movimento. Segundo a professora de Sociologia da unidade de Santo Amaro Soraia Brito, o clima de trabalho está pesado, a sensação é de mal estar e os servidores do campus estão indignados com o reitor, por causa das atitudes autoritárias e punitivas. “Estamos em estado de mobilização, resistindo, mas entendemos que é preciso, sobretudo, de resistência coletiva”, destaca Soraia.
A técnica administrativa Keity Barbosa, que trabalha na Reitoria, diz que a gestão tem pressionado os servidores a fazer o cadastramento biométrico e a assinar o termo de compensação, ignorando as orientações do SINASEFE-IFBA. “Essa pressão é péssima para o servidor, que estava mobilizado, e volta, sem alternativa, para cumprir o que foi acordado coletivamente nas assembleias estaduais”, reclama Keity.
De acordo com o assessor jurídico do SINASEFE-IFBA, André Sturaro, a organização está preparada para ingressar com uma ação, a fim de impedir medidas de retaliação por parte do reitor, especificamente no que diz respeito ao corte de ponto e à compensação unilateral, sendo que a exigência da lei é que isso seja feito, em comum acordo, com o Sindicato e os trabalhadores. “Além disso, essa imposição que está sendo colocada pelo IFBA não está atendendo os interesses da instituição, principalmente em relação aos alunos. As medidas visam restaurar a legalidade, no sentido de que os trabalhadores sejam ouvidos, porque eles também podem colaborar e dizer o que é melhor para a instituição e para os alunos”, esclarece Sturaro.
Diante dos problemas e soluções apresentadas pelos servidores, foi marcada uma assembleia geral estadual no campus de Valença, na sexta-feira (14), às 9h, quando será discutida a entrada, ou não, no estado de greve atípica, como resposta às arbitrariedades e à postura de não-negociação do reitor. O gestor, até o momento, não respondeu o ofício encaminhado pela direção do sindicato, o qual tenta negociar o retorno às atividades administrativas e pedagógicas.
Também foi criada uma comissão composta por um professor, um técnico administrativo e um diretor do sindicato, que vai articular uma reunião com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Marcelo Feres, em Brasília, para apresentar o dossiê Renato (documento que reúne todas as arbitrariedades e ilegalidades feitas pelo reitor nestes últimos meses) e denunciar que o gestor do IFBA está tentando cortar o ponto e impor uma compensação no pós-greve, sem a devida obediência à legislação e sem o estabelecimento de um acordo com o sindicato.
Na assembleia foi ratificada a paralisação do IFBA durante a terceira e a quarta reuniões do CONSUP (26 e 27 de agosto). Além disso, ficou acertado que os servidores não farão compensação. Só haverá qualquer tipo de movimentação, nesse sentido, depois que for aberta a negociação com o reitor sobre as formas de reposição ou compensação do período de greve.
Fonte: SINASEFE-IFBA