
SINASEFE-IFBA repudia o pronunciamento do ministro da Educação Milton Ribeiro e governador Rui Costa, na última terça-feira (20)
Diante do pronunciamento irresponsável do ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre o retorno das aulas presenciais, na noite da última terça-feira (20/07), em rede nacional, o SINASEFE-IFBA faz questão de demarcar que repudia a sua conduta.
Para nossa seção sindical, o posicionamento do ministro diz muito sobre a condução do governo genocida de Jair Bolsonaro diante de uma das maiores crises da saúde pública do mundo. Pressionar os governos estaduais e municipais ao retorno presencial das aulas é uma medida absurda se considerarmos que o Brasil atingiu o número assustador de 550 mil mortos, ocupando o 2° lugar em ranking mundial de óbitos e o 10° lugar entre os países em que a covid mais mata no mundo; que parte significativa da população sequer tomou a primeira dose da vacina; e que com os cortes do orçamento, aprovado em março deste ano, os recursos destinados às Universidades e Institutos Federais não são suficientes para o custeio de despesas básicas como água, luz, segurança e outras necessidades estruturais e administrativas.
Na Bahia, também temos sofrido com o tensionamento do governador Rui Costa (PT/Bahia), um velho inimigo da educação. Em medida publicada no Diário Oficial do Estado, também na última terça-feira (20/07), Rui Costa anunciou o retorno das aulas em forma semipresencial a partir do dia 9 de agosto. Decisão contraditória com a crítica levantada pelo governador sobre evento-teste, destinado para 500 pessoas, que será realizado pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM/Bahia). Nesta segunda-feira (26/07), professoras(es) e estudantes demonstraram com retorno tímido que estão apreensivas(os) e que terá embate, mesmo diante das ameaças do governador.
É uma irresponsabilidade e desrespeito colocar a culpa da má administração durante a pandemia na conta das(os) trabalhadoras(es) da educação, que são tão vítimas quanto as(os) estudantes. Vale a pena salientar que, conta essa paga do bolso das(os) próprias(os) profissionais, se pensarmos que o ensino remoto não oferece uma estrutura justa para a categoria que tem sofrido mais com extensão da jornada de trabalho, sem condições estruturais para realização das suas atividades. As instituições públicas não receberam recursos para compra de equipamentos, para fornecer um auxílio com despesas como água, luz e internet. Todos nós sabemos, e não é de hoje, que as(os) estão pagando para trabalhar.
O SINASEFE-IFBA está alinhado com a posição da Frente Baiana de Educação, ADUNEB, Fórum das ADs e APLB. Lutaremos ativamente nas ruas, nas redes e, se for necessário, de forma judicial para garantir que o retorno presencial aconteça quando a população brasileira estiver com a imunização completa e tenhamos uma queda real no número de internações e óbitos, como tem sido nos países que iniciaram a vacinação antes do Brasil. Aulas presenciais sem vacina é genocídio. Conteúdos se repõem. Vidas, não.