Reunião sobre a Resolução 30

Sindicato e estudantes debatem a Resolução 30

jul 06 2016
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Estudantes de diversos campi do IFBA se reuniram, na última segunda-feira (04), para debater a Resolução 30, que trata da redução de quatro para três anos no ensino integrado do Instituto. A atividade, realizada na sede do SINASEFE-IFBA, promoveu a análise dos prós e contras da implantação do novo modelo de ensino e da forma como o processo de imposição foi conduzido.

DSC06481O estudante do 1º ano de Eletromecânica do IFBA Santo Amaro, Magdiel Ferreira, ressalta que não houve conversa, por parte da Reitoria, com o(a)s estudantes e professore(a)s e que, a todo momento, a gestão informava que a mudança estava sendo pensada, sendo uma surpresa quando houve o anúncio da imposição da Resolução 30. “Como jovem negro, de área periférica e que não possui muitos benefícios, vejo essa mudança como se fosse uma privatização do ensino público e uma tentativa de alienação dos corpos discente e docente do instituto”, afirma o estudante.

Na avaliação dele, se com quatro anos a carga horária já é complicada, com três anos será ainda pior. “Só as pessoas que têm dinheiro serão capazes de se manter no IFBA, já que muitos de nós não podemos abrir mão do primeiro emprego e de ajudar em casa. Além disso, a gestão do instituto não tem legitimidade para impor essa redução sem qualquer consulta à comunidade, pois são várias vidas de crianças e adolescentes que estão em jogo e a opinião delas deveria importar”, acrescenta Ferreira.

DSC06485A estudante do 3º ano do curso de Informática do IFBA Jacobina, Luma Montenegro, alerta que a sobrecarga de matérias propedêuticas e técnicas no primeiro ano, que é o período que mais sofre com a evasão, é extremamente prejudicial, pois muito(a)s estudantes sofrem com a falta de uma base educacional bem estruturada (ensino fundamental de qualidade inferior). “O primeiro ano é de adaptação para a maioria do(a)s estudantes que ingressam no IFBA, pois é totalmente diferente do regime estadual público. Se o modelo de três anos for adotado, ele(a)s não terão tempo para buscar meios de se enquadrar na nova realidade, dirimir as falhas e se recuperar nas matérias básicas”, antecipa Luma.

Para ela, a solução não é reduzir a carga horária e sim, aumentar os projetos de incentivo à Educação e à permanência do(a)s alunos em sala de aula, oferecendo, por exemplo, aulas adicionais ou de reforço. “Outro ponto a ser destacado é que, se as matérias de Humanas forem ainda mais reprimidas, o(a)s estudantes terão a sua formação crítica lesada. O IFBA está se tornando uma escola de base tecnicista que não se preocupa se está formando cidadãos/cidadãs e sim, produzindo trabalhadore(a)s sem senso histórico-crítico e que não irão brigar pelos seus direitos e o seu futuro”, finaliza Luma.

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